Esses dias apareceu um anúncio sobre um curso que prometia para mulheres de 30 a 40 anos equilíbrio emocional. O anúncio remetia aquele equilíbrio meio anestésico, sabe? A promessa era quase sobre conseguir não sentir nada.
Aí fiquei pensando sobre esse tal de equilíbrio emocional. Algumas vezes eu pergunto na clínica aos analisandos “poxa, mas não tinha um meio termo?”, quando eles falam sobre os extremos em que vivem. Mas em muitas outras situações a pergunta justamente é “mas não podia sentir isso ou aquilo?”.
Por inúmeras vezes buscamos o tal do equilíbrio anestésico, onde não queremos sentir nada, não nos permitimos sentir nada. Mas será que é um problema mesmo?
Uma mãe que diz estar exausta frente aos filhos, alguém que diz estar magoado com o amigo porque este fez algo infeliz, outro que se sente triste por conta de uma bronca do chefe ... não é pra se sentir assim? Como não se sentir assim diante das mazelas da vida? E quando eu faço essa pergunta é porque quero que vocês percebam que está tudo bem sentir tudo isso!
Muitos de vocês chegam a análise buscando eliminar tudo isso. Não querem sentir nada. Como isso seria possível gente?
Então voltando ao equilíbrio emocional na forma de anestésico ... não, muito obrigada. Deixa chorar, sorrir, frustrar, amar, sofrer ... a vida está aí.
Sobre o tal equilíbrio emocional
Por inúmeras vezes buscamos o tal do equilíbrio anestésico, onde não queremos sentir nada, não nos permitimos sentir nada. Mas será que é um problema mesmo?

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Sobre a banalidade do mal
A banalidade do mal tem a ver com a paixão pela instrumentalidade. O mal se torna banal quando as condições de pensamento se esvaziam e as pessoas deixam de se comprometer com sua capacidade de julgamento, e o sujeito pode perder “alegremente” no meio da massa o seu compromisso ético. O sentimento de pertencimento ao coletivo é o sentimento de não ter que se responsabilizar pelo próprios atos, e surge então a paixão de se dissolver completamente.
Sobre o dia do psicólogo
Não sou boa com homenagens. Principalmente aquelas que carregam um imperativo: hoje é dia de fulano, hoje é o dia x, escreva sobre isso! Eu travo ... nada sai. Também sou melhor em dar presentes fora da época de comemorações. Mas enfim ... vamos falar sobre este dia 27 de agosto.